Após crítica de Motta, Gleisi defende pacote fiscal de Haddad
Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara criticou o pacote apresentado pelo governo, que aumenta impostos e não prevê corte de gastos
atualizado
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A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu, em uma publicação nas redes sociais, as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para equilibrar as contas públicas. A declaração foi compartilhada horas após o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tecer críticas ao pacote.
A proposta prevê, entre outras ações, a tributação de investimentos até então isentos de Imposto de Renda. Gleisi afirmou que as mudanças levam em consideração o arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso Nacional em 2023, e visam promover “justiça tributária e social”.
“São medidas que atingem o andar de cima da sociedade, como disse Haddad. É incompreensível a crítica à cobrança de 5% de imposto de rentistas e instituições financeiros que ganham com a aplicação em títulos vinculados a crédito da agricultura e setor imobiliário”, escreveu a ministra, sem mencionar a declaração de Motta.
Gleisi também ressaltou que as propostas não terão impacto sobre crédito, uma vez que os setores afetados são beneficiados com subsídios do governo.
“Estamos falando de 5% sobre a renda de capital. Só quem tem mais dinheiro consegue fazer esse tipo de aplicação. É um mínimo de justiça, já que um trabalhador médio, uma professora, paga até 27,5% de imposto de renda”, finalizou.
Motta critica pacote fiscal
Em um evento com empresários nesta quarta, Motta criticou medidas que elevam a carga de tributária, sem a contrapartida do corte de gastos. Na avaliação do presidente da Câmara, essas mudanças não serão aceitas “pelo setor produtivo, nem pelo Congresso”.
“Apresentar ao setor produtivo qualquer solução que venha trazer aumento de impostos sem o governo apresentar o mínimo de dever de casa do ponto de vista do corte de gastos não será bem aceito pelo setor produtivo nem pelo Congresso. Não estou à frente da Presidência da Câmara para servir o projeto eleitoral de ninguém”, afirmou Motta.
No novo pacote, anunciado pelo governo Lula no domingo (8/6), estão acertadas como medidas para aumento de arrecadação a cobrança de 5% sobre a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que até então são isentas do IR, aumento na contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) de fintechs e o aumento da tributação sobre empresas de apostas on-line.