Cúpula militar parou para acompanhar depoimento de Bolsonaro ao STF
Havia receio de que o testemunho pudesse comprometer ainda mais a imagem das Forças Armadas. Nove militares são réus.
atualizado
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A cúpula militar parou nesta terça-feira (10/6) para acompanhar atentamente o depoimento de Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF). A televisão permaneceu ligada em gabinetes da Esplanada e no QG do Exército em Brasília.
Havia receio de que o testemunho pudesse comprometer ainda mais a imagem das Forças Armadas. Nove militares são réus, acusados de tentativa de golpe de Estado, incluindo três generais da reserva e um almirante.

O procurador-geral Paulo Gonet aponta que os militares tiveram papel decisivo em todas as etapas das articulações para o golpe.
No depoimento conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, Bolsonaro itiu ter discutido com os militares sua permanência no poder diante da derrota eleitoral para Lula. Disse que os militares são “pessoas de confiança”, mas que a avaliação é que nada poderia ser feito.
O sentimento de todo mundo é de que não tínhamos mais nada que fazer. Então, tínhamos que entubar o resultado das eleições, disse Bolsonaro no depoimento.
Os militares denunciados são:
Walter Souza Braga Netto – General da reserva e ex-ministro da Defesa
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira – General da reserva e ex-ministro da Defesa
Augusto Heleno Ribeiro Pereira – General da reserva e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira – General da reserva e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército
Nilton Diniz Rodrigues – General da ativa e comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, no Amazonas
Almir Garnier Santos – Almirante da Marinha e ex-comandante da força naval
Mário Fernandes – General da reserva e ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência
Mauro Cesar Barbosa Cid – Tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Bernardo Romão Corrêa Netto – Coronel do Exército
Esses militares são acusados de crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito. As investigações apontam que eles desempenharam papéis-chave na articulação para impedir a posse do presidente Lula em 2023.