De direito a psicologia: PF faz operação contra fábrica de diplomas
A PF já identificou ao menos 33 diplomas fraudulentos associados ao mesmo ambiente virtual
atualizado
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A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (11/6), a Operação Código 451, contra organização criminosa especializada na falsificação e comercialização de diplomas de ensino superior. Segundo a PF, esses documentos estariam sendo utilizados para a obtenção de registros em conselhos profissionais e para o exercício ilegal de atividades privativas de profissões regulamentadas.
São cumpridos 25 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em outras 11 unidades da Federação, inclusive na residência do principal suspeito de liderar o esquema, além de diversos beneficiários da fraude, que teriam adquirido diplomas falsificados com a finalidade de atuar profissionalmente em áreas como saúde, engenharia, direito, educação física, entre outras.
As buscas são realizadas nas seguintes unidades da Federação: Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Ceará, Piauí, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo.
As investigações tiveram início após a identificação de um diploma falso apresentado para registro profissional. A partir da análise do documento, foi descoberto um site fraudulento, hospedado em uma plataforma pública, criado para simular um ambiente oficial de verificação de diplomas universitários.
O ambiente digital, construído com aparência legítima, continha diversos diplomas falsos em nome de terceiros. O material era oferecido por meio de redes sociais e plataformas de mensagens, e os documentos abrangiam cursos de direito, psicologia, engenharias, biomedicina, fisioterapia, istração, educação física, entre outros. A PF já identificou ao menos 33 diplomas fraudulentos associados ao mesmo ambiente virtual.
A investigação apura a atuação de um grupo estruturado, com divisão de tarefas, envolvendo produção, venda e uso de diplomas falsificados, havendo ainda indícios de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Pelo menos oito dos beneficiários já estariam com registros ativos em conselhos de classe, exercendo funções diretamente ligadas às áreas falsamente declaradas.
Os investigados poderão responder por falsificação de documento público, uso de documento falso, estelionato, exercício ilegal de profissão e receptação, entre outros delitos eventualmente apurados ao longo das diligências.
A Polícia Federal também está comunicando os conselhos profissionais competentes, para que sejam adotadas as medidas istrativas e disciplinares cabíveis em relação aos registros obtidos por meio de documentação falsa.