Fuzileiros navais se mudam para Los Angeles após ordem de Trump
Trump ordenou que fuzileiros navais se juntassem a agentes da Guarda Nacional para conter protestos contra a sua política de imigração
atualizado
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Ao menos 200 fuzileiros navais se mudaram para Los Angeles, na Califórnia (EUA), e protegerão propriedades e pessoal federal, afirma o major-general Scott Sherman, comandante da Força-Tarefa 51, que supervisiona os 4 mil soldados mobilizados pelo presidente Donald Trump após uma semana intensa de protestos contra as batidas federais de imigração.
Os protestos, iniciados na última sexta-feira (6/6), resultaram em confrontos com as forças de segurança. Houve episódios de violência e dezenas de pessoas foram detidas durante os atos. A resposta imediata da população, com atos em várias regiões da cidade, provocou a reação do presidente Donald Trump, que ordenou o envio da Guarda Nacional ao estado sem o consentimento ou aval do governador Gavin Newsom.
Na segunda-feira (9/6), o presidente ordenou que fuzileiros navais se juntassem a agentes da Guarda Nacional, na tentativa de conter protestos. Ao todo, 700 militares do Corpo de Fuzileiros Navais.
Protestos em Los Angeles
- Os protestos em Los Angeles começaram na última sexta-feira (6/6), após operações do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas (ICE) contra imigrantes.
- Na ocasião, ao menos 44 pessoas foram detidas por agentes federais.
- Com o avanço das manifestações, contrárias as duras políticas migratórias, soldados da Guarda Nacional dos EUA foram enviadas para a Califórnia.
De acordo com o major-general Scott Sherman, as tropas estão autorizadas a deter pessoas que representem uma ameaça ao pessoal ou à propriedade federal, mas somente até que a polícia possa prendê-las.
“Gostaria de enfatizar que os soldados não participarão de atividades policiais. Em vez disso, eles se concentrarão em proteger os agentes federais responsáveis pela aplicação da lei”, disse Sherman. A informação é do canal de televisão WFXR Fox.
A chegada dos fuzileiros em Los Angeles acontece um dia após o 9º Tribunal de Apelações dos EUA bloquear, temporariamente, a ordem de um juiz federal que havia orientado o presidente Donald Trump a devolver o controle das tropas da Guarda Nacional para a Califórnia.
Reação da Califórnia
A decisão do presidente republicano provocou reação imediata de autoridades estaduais e abriu um novo capítulo na já tensa relação entre o governo federal e o estado da Califórnia, governado por democratas. O governador e o procurador-geral do estado contestam a legalidade da intervenção e acusam a presidência de abuso de poder e uso político das forças armadas.
Nessa segunda-feira (9/6), a crise institucional ganhou contornos jurídicos. O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, entrou com uma ação na Justiça contestando a legalidade do envio da Guarda Nacional por ordem direta do presidente, sem a anuência do governo estadual.
A base legal invocada por Trump — a seção 12406 do Título 10 do Código dos EUA — permite a federalização da Guarda em situações extremas, como rebeliões ou ataques à ordem constitucional.
Para o estado da Califórnia, essas condições não estavam presentes. “Não há invasão. Não há rebelião. O que há é um presidente tentando fabricar o caos”, afirmou Bonta em nota oficial.
O governador, Gavin Newsom chegou a afirmar: “Não tínhamos [nos protestos] problema algum até Trump se envolver. Revoguem a ordem. Devolvam o controle à Califórnia”.
“Ótimo trabalho da Guarda Nacional em Los Angeles após dois dias de violência, confrontos e distúrbios. Temos um governador (Newsom) e uma prefeita (Bass) incompetentes, que, como sempre (basta ver como lidaram com os incêndios e agora com o desastre da licença muito lenta). A licença federal está concluída, foram incapazes de lidar com a tarefa”, escreveu Trump nas redes sociais em resposta.
À imprensa, a prefeita democrata de Los Angeles, Karen Bass, afirmou que não consegue entender o que os fuzileiros navais enviados por Trump farão na cidade.