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O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, condenou nesta quarta-feira (11), a violência “sem sentido” na Irlanda do Norte, após duas noites de tumultos contra imigrantes. A onda de revolta nas ruas começou depois da acusação de dois adolescentes pela tentativa de estupro de uma jovem. Seis pessoas foram presas e 17 policiais ficaram feridos em violentos confrontos em Ballymena, cidade a 50 km da capital Belfast, principalmente em áreas onde vivem imigrantes romenos.
“Condeno veementemente a violência vista ontem à noite em Ballymena e em outras partes da Irlanda do Norte, inclusive contra policiais”, disse o líder trabalhista ao Parlamento, denunciando os “ataques sem sentido” que deixaram 17 policiais feridos na terça-feira.
Indivíduos entraram em confronto com a polícia e atacaram residências e empresas, principalmente na cidade de Ballymena, noroeste de Belfast, informou a polícia na quarta-feira, acrescentando que “distúrbios esporádicos” ocorreram em outras partes da província britânica, principalmente na capital.
A polícia, que descreveu a violência como “motivada racialmente”, não quis revelar as origens dos dois adolescentes de 14 anos acusados de tentativa de estupro em Ballymena.
Segundo a mídia britânica, eles falaram por meio de um intérprete romeno durante sua audiência no tribunal na segunda-feira. “A violência sem sentido testemunhada nas últimas duas noites em Ballymena é profundamente preocupante e completamente inaceitável”, disse o superintendente Jon Boutcher em um comunicado na quarta-feira.
“Durante a segunda noite de tumultos e distúrbios, principalmente na área de Clonavon Terrace, em Ballymena, policiais foram alvo de ataques constantes ao longo de várias horas, com vários coquetéis molotov, tijolos e fogos de artifício”, descreveu a polícia.
Presos, destruição e veículos incendiados
Cinco pessoas foram presas por ofensas à ordem pública e levadas sob custódia. Incidentes também foram relatados em Belfast e em duas cidades próximas, Carrickfergus e Newtownabbey, onde um homem foi preso.
Em Ballymena, empresas e residências foram alvos de centenas de manifestantes na terça-feira, e veículos foram incendiados. A polícia usou canhões de água para dispersar os manifestantes.
A primeira onda de violência eclodiu na noite de segunda-feira, após uma manifestação em apoio à jovem vítima da suposta tentativa de estupro e sua família.
“Aos que foram ameaçados ou afetados por essa violência, eu digo: estamos com vocês (…) Atos de ódio e repressão popular apenas dilaceram o tecido social: não resolvem nada e não servem a ninguém”, disse o superintendente Jon Boutcher.
“Esses atos criminosos não apenas colocam vidas em risco, mas também colocam em risco os processos criminais em andamento”, reforçou ele.
