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Líderes de vários países pediram esforços, nesta sexta-feira (13/6), para diminuir as tensões após ao ataque de Israel ao Irã, suspeito de desenvolver armas atômicas. A operação militar lançada contra o “coração” do programa nuclear iraniano durará o tempo que for necessário, disse o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Irã tem o “direito legal e legítimo” de responder aos ataques.
O chanceler alemão Friedrich Merz pediu que Israel e o Irã evitem “qualquer nova escalada” que possa “desestabilizar toda a região”, e destacou “o direito de Israel à autodefesa”, após os ataques israelenses contra instalações nucleares e militares no Irã.
O líder alemão afirmou ter sido “informado nesta manhã” pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu sobre as operações militares e, em seguida, convocou o gabinete de segurança do governo. Ele condenou o Irã por desrespeitar as decisões tomadas pela comunidade internacional relacionadas ao programa nuclear do país.
De acordo com ele, medidas serão tomadas para proteger os cidadãos alemães no Oriente Médio e reforçar a proteção dos interesses israelenses e judeus na Alemanha, segundo um comunicado.
A Alemanha está pronta para usar todos os meios diplomáticos à sua disposição para influenciar as partes em conflito, acrescentou. “O objetivo deve continuar sendo impedir que o Irã desenvolva armas nucleares”, insistiu. Ao lado dos Estados Unidos, a Alemanha é um dos principais aliados de Israel, devido à sua responsabilidade histórica pelo extermínio de cerca de 6 milhões de judeus durante o nazismo.
Mas Merz ameaçou recentemente o governo de Netanyahu de suspender seu apoio devido à intensificação da ofensiva do exército.
França pede “moderação”
A França solicitou a “todas as partes para exercerem moderação e evitar qualquer escalada que possa comprometer a estabilidade regional”. O ministro das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, considerou “essencial mobilizar todos os canais diplomáticos para reduzir as tensões”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, reúne nesta sexta-feira um Conselho de Defesa e Segurança após os ataques de Israel. O presidente francês deve se pronunciar sobre a ofensiva no fim da tarde no horário local, de Paris, no encerramento de um fórum em Paris sobre a questão palestina.
“As informações sobre esses ataques são preocupantes, e pedimos a todas as partes que recuem e reduzam urgentemente as tensões. A escalada não beneficia ninguém na região”, declarou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
O secretário-geral da ONU António Guterres pediu a Israel e ao Irã que “exercessem a máxima contenção”. Ele condenou “qualquer escalada militar no Oriente Médio” e se disse “particularmente preocupado” com os ataques israelenses, segundo seu porta-voz.
Trump reforça apoio a Israel
“O Irã não pode ter a bomba nuclear e esperamos voltar à mesa de negociações. Veremos”, disse o presidente americano Donald Trump, citado pela Fox News. Ele destacou que os EUA estão “prontos para se defender e defender Israel” caso o Irã reaja.
Já o Ministério das Relações Exteriores da Arábia Saudita condenou “firmemente as agressões flagrantes de Israel” contra um “país irmão”, afirmando que elas violam sua soberania e as normas internacionais.
A Jordânia anunciou que não permitirá violações de seu espaço aéreo em caso de conflito. A autoridade de aviação civil fechou o espaço aéreo e suspendeu todos os voos como precaução.
O sultanato de Omã, mediador entre EUA e Irã nas negociações nucleares, classificou o ataque israelense como uma “escalada perigosa” que ameaça “excluir soluções diplomáticas” e comprometer a estabilidade regional.
A China declarou estar “muito preocupada com o ataque israelense ao Irã” e “com as graves consequências que essa iniciativa pode causar”. O país se opõe a “qualquer violação da soberania, segurança e integridade territorial do Irã”, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
A Índia “pede a ambas as partes que evitem qualquer escalada”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Randhir Jaiswal. Ele destacou que “existem canais para o diálogo e a diplomacia, e eles devem ser utilizados”.
O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão condenou “veementemente” os ataques israelenses e expressou “solidariedade” com o Irã. A Turquia pediu que Israel “cesse imediatamente suas ações agressivas”, que “podem levar a novos conflitos”, segundo a chancelaria do país.
“É extremamente lamentável que medidas militares tenham sido tomadas”, declarou o ministro das Relações Exteriores do Japão, Takeshi Iwaya, acrescentando que Tóquio “pede a todas as partes envolvidas a exercerem a máxima contenção”.
Rússia condena “escalada das tensões”
A Rússia também demonstrou “preocupação” após os ataques realizados por Israel contra instalações nucleares e militares no Irã, denunciando a “forte escalada das tensões” no Oriente Médio. “A Rússia condena a forte escalada das tensões”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado por agências de notícias russas, acrescentando que o presidente Vladimir Putin estava sendo “informado em tempo real” sobre os acontecimentos.
A União Africana pediu o fim imediato das hostilidades, alertando para uma ameaça grave à paz mundial.
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