Polícia de LA diz que fez “prisões em massa” após toque de recolher
Segundo a polícia de Los Angeles (EUA), as prisões aconteceram após o decreto de toque de recolher na região central da cidade
atualizado
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O Departamento de Polícia de Los Angeles (LAPD) afirma ter efetuado “prisões em massa” no centro da cidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Conforme a corporação, as prisões aconteceram depois que a prefeita Karen Bass decretou toque de recolher na região central, após vários dias de intensos protestos desencadeados por operações recentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos Estados Unidos (ICE), que vêm gerando tensão desde a última sexta-feira (6/6).
Os protestos foram marcados por confrontos entre manifestantes e policiais, vandalismo generalizado e alguns saques. O toque de recolher começou às 20h (horário local) dessa terça-feira (10/6) e durará até as 6h (horário local) desta quarta-feira (11/6). A medida se aplicará a uma área de 2,5 km² no centro da cidade.
O que está acontecendo na Califórnia
- Manifestações começaram na sexta-feira (6/6), em Los Angeles e cidades próximas, em resposta à intensificação das ações de imigração promovidas pelo governo federal.
- Os protestos resultaram em confrontos com as forças de segurança. Houve episódios de violência, e dezenas de pessoas foram detidas durante os atos.
- No mesmo dia do início dos protestos, ao menos 44 pessoas foram presas por agentes federais de imigração, aumentando a tensão na região.
- As prisões fazem parte de uma campanha nacional de repressão à imigração irregular, promovida pelo presidente Donald Trump, com batidas e deportações em diversos estados.
- Trump ordenou o envio de quase 300 soldados da Guarda Nacional à cidade, sem o aval do governador da Califórnia, Gavin Newsom.
- A medida foi contestada por Newsom, que a classificou como inconstitucional. Ele afirmou que o estado tem capacidade de lidar com os protestos sem ajuda externa.
- Esta é a primeira vez em décadas que um presidente dos EUA envia tropas da Guarda Nacional a um estado sem a solicitação ou consentimento do governador.
Crítica ao governo Trump
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, fez uma dura crítica ao governo Trump na noite dessa terça, acusando-o de “puxar uma rede militar” por Los Angeles e alertando que a democracia está “sob ataque diante de nossos olhos”.
As declarações do governador democrata ocorrem após Trump ordenar o envio de quase 5.000 soldados, incluindo a Guarda Nacional e os Fuzileiros Navais, para a segunda maior cidade do país.
Protestos contra as novas e intensificadas operações de imigração do governo Trump, com foco em Los Angeles, se espalharam por todo o país na terça-feira (10/6), com manifestações em Nova York, Chicago, Atlanta, Omaha e Seattle.
Milhares de pessoas participaram de um protesto contra o Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) do governo federal na Praça Foley, em Nova York.
“Monte de lixo”
Um juiz do tribunal distrital federal rejeitou o pedido da Califórnia para emitir uma ordem de restrição temporária imediata que proibiria os fuzileiros navais e as tropas da Guarda Nacional enviados a Los Angeles de fazer qualquer coisa além de proteger prédios federais.
Em vez disso, o juiz agendou uma audiência para esta quinta-feira (12/6) sobre o pedido estadual de uma ordem de restrição.
Trump fez um discurso para o Exército americano, em Fort Bragg, onde chamou Los Angeles de “um monte de lixo”, repetiu teorias da conspiração e anunciou que ainda não havia terminado de mudar os nomes das bases militares para homenagear os confederados. Trump disse que “libertaria Los Angeles e a tornaria livre, limpa e segura novamente”.
O presidente dos EUA negou ter acusado o governador da Califórnia, Gavin Newsom, e a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, de pagarem agitadores para tornar os protestos violentos na cidade. Imagens de vídeo de seu discurso em Fort Bragg, poucas horas antes, mostram-no claramente fazendo a acusação.