Mapa mostra trajeto feito por empresário antes de morrer em Interlagos
Caso intriga investigadores da Polícia Civil que tentam desvendar as circunstâncias da morte do empresário, encontrado dentro de buraco
atualizado
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A Polícia Civil elaborou dois mapas nos quais simulou o trajeto feito pelo empresário Adalberto Júnior, de 36 anos, antes de ele ser encontrado morto em um buraco, no último dia 30, em uma obra perto do Autódromo de Interlagos – zona sul de São Paulo – onde havia participado de um evento.
O caso intriga investigadores do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) que, até o momento, trabalham para desvendar a causa e a circunstância da morte.
Com base nos depoimentos de três organizadores do evento, que duraram cerca de três horas, na segunda-feira (9/6), policiais produziram dois mapeamentos, obtidos pelo Metrópoles (veja galeria abaixo).
As linhas em azul escuro indicam o trajeto de Adalberto dentro do autódromo. Já a linha em azul claro mostra por onde ele teria caminhado por fora do evento. Outra linha traçada pelos investigadores, na cor lilás, seria o caminho feito pelo empresário para ir buscar seu carro estacionado.
Depoimentos
Seguranças do evento prestaram depoimento, na terça-feira (10/6) e, ao longo da semana, novas declarações serão colhidas. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que a polícia aguarda a finalização “de todos os laudos, em elaboração”, para análise e a devida conclusão do ocorrido.
Em nota, a organização do evento afirmou que, diante das últimas notícias divulgadas, permanece à disposição para colaborar ativamente com as autoridades, “fornecendo todas as informações solicitadas e prestando todos os esclarecimentos necessários até que se encerre todo o processo de investigação”.
No sábado (7/6), vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no carro do empresário. Após o material genético ter sido detectado, o DHPP solicitou uma nova perícia no veículo.
Cronologia do desaparecimento
- Adalberto não voltou para casa após ter ado o dia com um amigo no evento de motocicletas no Autódromo de Interlagos.
- Em depoimento à polícia, o amigo descreveu como foi o dia em que o empresário desapareceu.
- Amigos há cerca de oito anos, de acordo com o relato, os dois mantinham o mesmo interesse por motocicletas e participavam de um grupo de WhatsApp chamado “Renatinha Motoqueirinha”, no qual organizavam eios de moto e conversavam diariamente.
- Adalberto e o amigo participaram de test drives de motocicletas, das 14h30 às 17h.
- Em seguida, foram tomar um café em um dos quiosques e ear pelo evento. O empresário, então, teria sugerido que os dois tomassem uma cerveja.
- Às 17h15, compareceram a uma ativação de motocross dentro do evento e, às 19h45, foram assistir ao show do cantor Matuê.
- Durante a apresentação, Adalberto e o amigo teriam usado maconha, adquirida de estranhos, no local, pelo próprio empresário. Eles beberam cerca de oito cervejas.
- Segundo o depoimento do amigo, Adalberto estava alcoolizado e alterado. A combinação da maconha com a cerveja o deixou “mais agitado que o normal”, de acordo com o relato.
- Não houve brigas, desentendimentos ou qualquer outra situação que pudesse trazer problemas, disse o amigo.
Corpo encontrado em buraco
O corpo de Adalberto foi encontrado na Avenida Jacinto Júlio por volta das 10h, em um buraco de 2 metros de profundidade e 40 centímetros de diâmetro. De acordo com a diretora do DHPP, Ivalda Aleixo, o cadáver não tinha lesões aparentes, vestígios de sangue, ferimentos ou fraturas.
O empresário estava no buraco com um capacete “colocado” na cabeça e as mãos para cima, vestindo nada além de uma jaqueta e a cueca (entenda abaixo). O cadáver ainda tinha muita terra no rosto e nas mãos, em razão de o empresário ter ficado dentro de um vão de uma obra, realizada próximo ao Kartódromo de Interlagos, onde o carro estava estacionado.
Veja:
A diretora do DHPP acredita que Adalberto foi colocado no buraco já morto ou desacordado, pois, segundo ela, não havia sinais de que o empresário tenha reagido ou tentado escalar o local. Ivalda ainda mencionou que a vítima estava a cerca de um metro de profundidade na terra, e que só não estava mais abaixo porque os braços impediram que o corpo descesse.